Vestido de Noiva - A Saga

Segue agora um relato emocionante e emocionado desta noiva neurótica que vos fala sobre minha saga em busca do Vestido Ideal:

Bem, depois da minha BFF atazanar meu juízo me alertar sobre a importância de pesquisar, me convenci que deveria visitar todas as lojas de vestido de noiva que cruzassem meu caminho. De repente meu vestido ideal estava escondido em alguma daquelas araras e eu só não havia encontrado porque era uma mulher preconceituosa, chata e inflexível.

Ontem andando na rua, passei por uma das lojas que eu havia visto o site e, digamos, ficado impressionada com a criatividade dos estilistas para o mal. Resolvi entrar, ouvindo os conselhos da minha BFF (a voz dela dizendo que eu devia dar uma chance ao popular ecoava em minha mente).

Olhei para dois vestidos expostos na vitrine e odiei. Mas tinham vários modelos dentro da loja. Algum deveria ser bonito! Dei uma olhada nas araras e ali cada mergulho era um flash: cada passada de mão em um vestido novo aumentava meu desespero.

A atendente, diante do meu semblante preocupado, me disse: "Dá uma olhada no catálogo. Ali tem vários modelos". A fim de não ser antipática, fui ver o tal catálogo... Comecei a folhear o livro das noivas de Chuck: página 1 - vestido paraibado, página 2 - vestido papagaiado, página 3 - "Eu sou a Carmem Miranda", página 4 - A noiva baiana.

Quando cheguei na 5º folha... um vestido toooodo brilhoso. Me imaginei entrando na cerimônia com aquele vestido e a trilha sonora da Cássia Eller. Sim, com aquele brilho todo, a música da noiva deveria ser "Quando o segundo sol chegaaar...". E não é exagero meu. Era um vestido tipo assim:

 Respirei fundo e fiz um momento-terapia comigo mesma. Eu devia dar uma última chance à loja. Estava sendo crítica demais... Perguntei à atenciosa atendente: "Vocês tem vestidos de renda?". (vestido de renda normalmente é sofisticado, bonito...pensei). Eis que a moça respondeu: "Temos sim. São os dois últimos do catálogo". Quando eu vi a saia rodada do primeiro vestido, mudei a minha trilha sonora de entrada na igreja. Deveria ser: "Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canelaaaa...". Uma coisa Clara Nunes. A baianidade preconizada por Jorge Amado. Era tanto pano que eu me imaginei entrando no casamento assim:



Enquanto eu ainda recobrava minha consciência depois de ver tanto vestido exótico, a vendedora me falou: "Vou lá em cima pegar os dois vestidos de renda. É bom ver no corpo". Enquanto me vi sozinha do Hell's Saloon, um filme foi passando na minha cabeça. Eu ia virar ponto de referência na festa... "Onde é o banheiro?", "Sabe a noiva? contorna a saia rodada dela e vire à direita!". Eu ia ser motivo de chacota e zoação... com um vestido daquele não tinha maquiador no mundo pra me deixar bonita, gente. Era muito sofrimento.

Aproveitei o momento de distração da atendente e corri sem olhar para trás. Enquanto dobrava a esquina, saquei meu celular e agendei visita no La Novia e no Internovias. Lá, eu hei de achar meu Vestido Ideal. :)